Uma história para se inspirar…

Num sábado à tarde, enquanto descansava um pouco, entrei na internet e me deparei com um post com uma imagem diferente do usual que me chamou a atenção. Curiosa, fui ler a postagem e ver sobre o que se tratava. Enquanto lia, muitas diferentes histórias de vida foram passando pela minha mente. Senti-me inspirada à escrever esse artigo.

A HISTÓRIA:
A história que inspirou o texto que você está lendo é da jovem Lizzie Velásquez que tinha 25 anos, naquela época. Ela nasceu em Austin no Texas, em 1989. Quando nasceu, pesava menos de um quilo e os médicos não tinham boas perspectivas para seus pais. Lizzie nasceu com uma síndrome genética rara, sem nome, da qual só se conhecem outros dois casos em todo o mundo. Os médicos disseram que caso sobrevivesse, ela não poderia ganhar peso, e dificilmente falaria, andaria ou faria qualquer coisa esperada para uma pessoa saudável. Ela não tem tecido adiposo, tem zero por cento de gordura corporal, não pode criar músculos, armazenar energia ou ganhar peso. Nunca pesou mais do que 29 quilos, apesar das cerca de 20 refeições diárias que faz, ingerindo diariamente por volta de 5 mil calorias. É cega do olho direito, e tem dificuldades de visão no olho esquerdo, o sistema imunológico é fraco, pele envelhecida, nariz pontiagudo, dentre outras características. Contrariando o prognóstico, Lizzie não morreu. Na escola, como se pode imaginar, teve de lidar com a crueldade do bullying dos colegas, que a chamavam de “monstro”, “vovó”, “pele e osso” etc…. Ninguém a queria por perto. Já adolescente, certo dia, Lizzie estava em casa em frente ao computador quando notou uma imagem familiar na barra de vídeos sugeridos do Youtube. Ao clicar, viu um vídeo intitulado: “A mulher mais feia do mundo”. Tratava-se de um trecho da participação de Lizzie em um programa de TV quando ela tinha 11 anos. Os oito segundos de duração do vídeo sem áudio, naquele momento, já haviam sido vistos por mais de 4 milhões de pessoas. Ela decidiu ler todos os comentários, a maioria doentiamente cruéis. Ali havia “receitas” para que tirasse a própria vida e impedir que as pessoas ficassem cegas ao ver tamanha feiura, perguntas como: “por que seus pais não te abortaram?” Alguém chegou a dizer: “Faça um favor ao mundo e coloque uma arma na sua cabeça”, dentre tantos outros. Cada um daqueles comentários era como se “o punho daquela pessoa saísse do computador e me acertasse”, ela contou, anos depois. Após esse humilhante vídeo, e depois de superar a dor causada por ele, ela colocou quatro metas para si mesma:
• Ser palestrante motivacional, levando mensagens de esperança e conforto.
• Escrever um livro
• Se graduar e seguir uma carreira
• E ter uma família

Na época que escrevo esse texto, Lizzie, aos 25 anos já havia alcançado três de suas metas: é formada em comunicação, vive como escritora (caminha para o terceiro livro) e é oradora motivacional. Ela tem seu próprio site e um canal no Youtube.
Lizzie poderia ter se vitimizado, como muitos fazem. O que teria acontecido com Lizzie, se ela tivesse ficado em casa, sem fazer nada, apenas a espera de um milagre? Mas não, Lizzie fez diferente! Teve que lidar com os complexos físicos, com os olhares perplexos, e transformou seu sofrimento, fez da sua vida uma vida melhor! Estou certa de que a vida dela não é um “mar de rosas”, mas apesar disso escolheu viver a vida da melhor forma que lhe é possível, procura ser feliz apesar das adversidades. Ela não deu ouvidos para as opiniões dos outros, e tem uma vida produtiva. Com certeza ela não escolheria nascer com essa síndrome, nem seus pais quiseram que ela nascesse assim. Mas essa é a realidade dela! Não há o que fazer, a ciência ainda não tem respostas, nem tratamentos. Ela aceitou sua condição. Acredito que Lizzie foi abençoada por ter uma família amorosa, que sempre a apoiou. Isso com certeza lhe deu forças para lutar contra as intimidações de maneira diferente. Hoje acredita que sua síndrome, é a maior benção na sua vida. A mulher intitulada “a mais feia do mundo” tem mostrado ao mundo sua beleza interior e uma enorme vontade de viver!

Que lindo exemplo para nós! Eu me encantei com a atitude que Lizzie teve, e você?
Estou certa que cada um de vocês que agora lê esse texto, tem um problema, seja físico, seja emocional, seja social. Ao longo dos meus anos de prática clínica, acompanhei centenas de pessoas passando por diversas adversidades. Saiba que, a maneira como nós encaramos nossos problemas, faz toda a diferença!

As dificuldades pelas quais você passa podem ser grandes possibilidades de crescimento. Por isso não desista!

Não se agarre a opinião das pessoas. Que tipo de vida teria Lizzie se ela tivesse dado ouvidos ao que as pessoas haviam dito a ela?
Não há uma única maneira de viver, pois somos seres singulares. Cada pessoa é única e tem sua maneira de ser. Não dê poder as palavras das pessoas. Não deixe que elas influenciem sua vida!
Muitos fingem ser algo ou alguém que não são somente para agradar as outras pessoas. Quantas vezes, por medo de sermos egoístas ou por vontade de agradar, deixamos de lado nossa própria vontade para fazer tudo o que o outro quer.
Quando você procura a aprovação dos outros para viver a sua vida, pode acabar correndo atrás de algo que não é significativo para você. Certamente, haverá sempre alguém que discorda de você ou não entende as suas escolhas, e se você vive a sua vida tentando fazer com que todos o aprovem, estará perdendo muito da sua energia pessoal. Entenda que você não veio a este mundo para corresponder às expectativas dos outros, por mais que você os ame.

Não deixe que as opiniões dos outros influenciem a maneira como vive sua vida.

Você pode ouvir e confrontar as opiniões das outras pessoas, mas não fique preso a isso. Passe a respeitar mais suas próprias ideias. Quando você tem a noção clara do caminho que quer percorrer, não fica à mercê daquilo que os outros pensam, nem precisa comparar-se em demasia com a vida dos outros.

Para pensar:
Você tem decidido sua vida com base na opinião das pessoas?
A aprovação ou não das pessoas influencia a maneira como esta vivendo?

Assuma a responsabilidade pela sua própria vida. Para isso ter autoconhecimento é fundamental: saber quem você é, o que quer para sua vida faz toda a diferença. Fazer suas próprias escolhas, conhecer as suas motivações e fazer o seu melhor para garantir que as suas escolhas sejam construtivas e alinhadas com os seus verdadeiros desejos (e não aos desejos dos outros). Se precisar, busque ajuda profissional pra isso.
Não se compare com os outros. Cada pessoa tem seu valor da forma como é.
Nunca se acomode. Invista em no seu desenvolvimento pessoal constantemente, para que possa evoluir como pessoa. Cada um de nós tem o seu próprio caminho de desenvolvimento. Lembre-se que para fazermos bem alguma coisa, temos que treinar bastante.
Todos nós temos nossas fraquezas. Quando não aceitamos as nossas limitações e as nossas lutas, colocamo-nos numa posição de desvantagem. Voltamo-nos contra nós mesmos, impedindo-nos de aceitar o estado ou situação que nos encontramos, dificultando as ações que poderiam solucionar os problemas e restituir o sentimento de bem estar e felicidade. Há momentos em nossas vidas que não há nada a ser feito, a não ser esperar a “tempestade” passar. Ter fé ajuda muito, e ter bom senso também.
Se esta passando por um momento difícil, aceitar que o seu momento talvez não seja dos melhores, é fundamental!
Mas lute com todas as suas armas. Já vi pessoas com doenças graves, que desistiram delas mesmas, não fazendo o tratamento prescrito, ficando de braços cruzados, esperando um milagre, escondendo sua comodidade numa falsa religiosidade. Alegam: “estou esperando em Deus”. Buscar ajuda, não é falta de fé. Pelo contrário, significa que você esta lutando com todas as armas para superar a dificuldade. A ciência tem mostrado o quanto o fato de uma pessoa ter fé ajuda nas adversidades. Mas ter fé não é pedir a Deus e ficar passivo, esperando que Deus lá do céu faça tudo por você! Mexa-se! Vá a luta! Não desista de você!
Se precisar, não hesite em buscar ajuda de alguém capacitado. A ciência hoje tem ajuda para muitas coisas.

Se você tem um problema, e ele é grande demais para você: busque ajuda!

A ciência tem mudado o foco de seus estudos. Por muito tempo, o foco foi na psicopatologia. Os estudos mais recentes dão ênfase para a felicidade. O que fazer pra ser feliz, apesar das adversidades?
Priorize, a falta de prioridade causa energia dispersa.
Você observou que Lizzie traçou metas. Pois é, ter metas e propósitos é fundamental. Quando você não traça um propósito bem definido pode se perder, sendo muito mais fácil deixar levar-se por caminhos que podem conduzi-lo à infelicidade. É por isso que é tão importante se conhecer, descobrir o que quer pra si, o que o impulsiona, o que o apaixona, e qual o propósito em que você está direcionado e focado. Procure descobrir aquilo que é significativo para você, invista nas ações e atividades que o fazem sentir-se bem.

Para pensar:
O que é importante para mim?
O que me motiva?
Porque coisas eu sou apaixonado?
Quais as qualidades que eu tenho que podem ser valorizadas e compartilhadas com o mundo?
O que eu faço bem?
Que tipo de pessoa quero ser?
Qual minha missão na vida?

CONCLUINDO
Vimos que apesar das muitas dificuldades, Lizzie resolveu lutar, se desafiou, e decidiu ser feliz da forma que lhe é possível.
Se você quer ter sucesso naquilo que faz, também terá que vencer as adversidades da sua vida, terá que se desafiar, não se acomodar.
Um dia, eu mesma, também tomei essa decisão na minha vida, e escolhi ser feliz, apesar das adversidades. Escolhi como missão, ajudar as pessoas a lidarem com suas dificuldades emocionais, me sinto gratificada com isso.
E você? O que escolhe pra sua vida? Espero que você possa ser feliz apesar das adversidades!

Para pensar:
Como tem lidado com as suas adversidades?
Você tem lutado? Ou será que tem vitimizado diante das situações de sua vida, colocando-se na posição de sofredor?