Como você pode ajudar alguém que não aceita ser ajudado?

Pergunta enviada por Katia Silene

Resposta: Muitos de nós nos vemos na delicada situação de tentar ajudar um parente ou uma pessoa querida, pois percebemos que a pessoa está em sofrimento e queremos fazer algo que a ajude, já que desejamos o seu bem.

Porém,  muitas vezes, nos defrontamos com o fato de que tais pessoas não querem ser ajudadas ou não querem mudar.  Diante disso, nosso sentimento pode ser de impotência.

Tanto em minha trajetória profissional, quanto em minha vida pessoal,  tenho me defrontado com essa questão inúmeras vezes e confesso que já me senti  impotente  em muitas delas!  Fiquei refletindo  sobre essa questão por uns bons anos!  Quantas vezes eu quis ajudar alguém a sair de uma situação muito difícil, mas essa pessoa não aceitou ajuda? Com o passar dos anos, aprendi que posso, sim, ajudar alguém e muito! Mas quando a pessoa aceita ajuda. Porque hoje sei que a mudança verdadeira só pode acontecer a partir de nós mesmos.

Então, minhas sugestões para você seriam: 

  • Antes de conversar com a pessoa, procure se colocar na pele dela, seja empático! Sabemos o quanto é difícil mudar, o quanto é difícil sairmos de nossa zona de conforto. 
  • Se a pessoa aceitar,  podemos ajudá-la a pensar  quais seriam as alternativas possíveis  para sair da situação.  Ocorre que, às vezes, ao abordamos uma pessoa para conversarmos sobre a sua dificuldade,  elas podem reagir agressivamente, pois não têm consciência das suas dificuldades. Se a pessoa ainda não tem consciência, você poderá ir lhe mostrando amorosamente.  De fato, às vezes o que está ao nosso alcance é nos mostrar acessíveis, colocando-nos  à disposição,  tendo em mente que cada pessoa tem seu tempo e é preciso que o respeitemos. 
  • Você poderá  dizer: “Se você precisar de algo, estou aqui!” E  faça tudo o que estiver ao seu alcance para incentivar e ajudar. 
  • Se houver abertura, você poderá incentivar essa pessoa a buscar ajuda psicológica. Numa terapia, podemos usar algumas técnicas de motivação para a mudança.

 

Agora, dependendo do tipo e da gravidade do problema, e de quem for a pessoa, nós devemos tomar uma atitude. Por exemplo, se for um caso de um familiar que corre risco de vida, ou que entrou em surto psicótico, por exemplo,  devemos colocá-lo no carro e levá-lo ao médico. Lá poderemos explicar ao profissional o que aconteceu e pensarmos juntos qual seria a melhor maneira de ajudarmos essa pessoa.